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A Quinzena de Dança de Almada congratula-se por poder, pela primeira vez, utilizar as novas instalações da Companhia de Dança de Almada, o “Ca.DA Centro”, bem como o renovado Cine-Teatro da Acadamia Almadense, ambos situados no mesmo edifício, no centro da cidade, num regresso a um espaço onde na realidade esta Ca. de dança iniciou as suas atividades há mais de 20 anos.

Neste renovado espaço apresenta-se uma exposição e uma sessão especial, alusivas ao percurso na dança de Peter Michael Dietz, a quem escolhemos, nesta edição, apresentar o nosso reconhecimento. Este intérprete/criador desenvolveu em Portugal, nos últimos 25 anos, uma carreira sólida e coerente, que se mantém com grande vigor. O seu papel como professor e coreógrafo teve uma influência fundamental no desenvolvimento da Companhia de Dança de Almada, bem como nos muitos alunos que com ele puderam trabalhar, nomeadamente no CEM, com quem muito tem colaborado ao longo destes anos.

Também neste espaço, está programada uma sessão de apresentação de “O Livro Escuro e Claro”, da autoria de Madalena Victorino, bem como vários workshops e aulas abertas. A concluir a Quinzena, haverá um espetáculo com trabalhos desenvolvidos ao longo do festival com grupos de populações amadoras diferenciadas, a quem pretendemos transmitir o gosto pelas artes performativas, através do contacto com profissionais da área.

No Auditório Fernando Lopes-Graça apresentam-se duas peças do coreógrafo Nadar Rosano, numa parceira com o autor Israelita e a companhia Polaca Zawirowania Dance Theatre, trazendo-nos assim bailarinos provindos dos dois países como resultado de um projeto de intercâmbio artístico de características inovadoras.

No sentido de levar a dança a públicos mais alargados, para além das masterclasses para bailarinos, estão programados workshops para populações específicas, desde idosos a crianças, e jovens em situação de inserção social. Cada vez mais este festival dá lugar à prática da dança como forma de desenvolvimento psico-cultural e artístico de diferentes grupos populacionais.

Como é habitual, a Plataforma Coreográfica Internacional mobiliza grande parte da atividade da Quinzena, com quatro dias muito intensos de espetáculos na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite e ao ar livre, nas Praças S. João Batista e da Liberdade. Estão presentes participantes provindos de nove países (Bélgica, Brasil, Estados Unidos da América, França, Israel, Itália, Japão, Portugal e Venezuela), representantes das novas tendências da Dança Contemporânea, selecionados por entre mais de duas centenas de proponentes.

No palco principal do Teatro Municipal apresenta-se ainda a estreia do novo programa da Companhia de Dança de Almada, com coreografia de Ricardo Ambrózio.

Transversal à programação está planeada uma Mostra de Vídeo-Dança, com peças selecionadas por entre uma centena de trabalhos submetidos para apreciação. As exibições são várias, no Teatro Municipal, nas lojas Fnac do Chiado e Almada, e no Centro Cultural de Cascais.

No programa “DanCidades”, em que a proposta é a apresentação de dança em espaços urbanos alternativos, apresentam-se trabalhos de Maria José Bernardino, Bruno Duarte e Ana Macara, nos jardins da Casa da Cerca.

Este ano o festival alarga-se, uma vez mais, por vários espaços culturais e por várias vias de enfrentar a Dança Contemporânea. Esperamos que o programa seja recebido com o entusiasmo correspondente ao empenho de toda a organização e artistas participantes.

Bom festival!